>> VOLVER A TOMAJAZZ

 
 

 

   
Paul Smoker/Dominic Duval/Jay Rosen Trio

Ciclo "Jazz ao Centro – Encontros Internacionais de Jazz" (Coimbra - Portugal)


  • Lugar: Centro Norton de Matos

  • Fecha: 11 de Outubro / 11 octubre de 2003

  • Hora: 21:45 horas

  • Lotaçao/Asistencia: Quase cheio, aprox. 200 pessoas / casi lleno (200 personas aprox.)

  • Músicos:
    Paul Smoker: trompete
    Dominic Duval: contrabaixo
    Jay Rosen: bateria

Fotografías © Nuno Martins, 2003


Resenha - Reseña 

Portugués: João Pedro Viegas

Español: João Pedro Viegas - traducción: Diego Sánchez Cascado


  • Resenha À conversa, durante o jantar que antecedeu o concerto, Paul Smoker queixava-se que não podia degustar convenientemente a saborosa comida Portuguesa porque, comendo muito, ficaria com estomago a mais e pulmão a menos. Diria aínda que comer demais lhe retirava energia e que, antes de um concerto, isso seria pecado capital.

    Às primeiras notas, uma boa meia hora depois, no Centro Norton de Matos, compreendemos na perfeição o alcance das suas sábias palavras. É que o seu discurso musical está, todo ele, cheio de energia. Mesmo quando toca passagens mais lentas e líricas, a energia com que sopra cada nota é assinalável. E que bem que ele soprou.

    A musica de Paul Smoker não é de definição fácil. O que vos podemos dizer é que do seu trompete saíram pedaços de swing, de bop, de cool e da mais livre e inspirada improvisação. Dizer que Paul Smoker é um grande trompetista é a mais pura das redundâncias. Ele é unico e especial, uma vez que domina na perfeição todas as linguagens do jazz, às quais lhes associa uma coisa que é intima e pessoal. O supremo bom gosto. Mesmo na forma como escolhe as surdinas ou as modifica para esta ou aquela composição. Faz tudo sentido e nós, que estamos a assistir, fácilmente compreendemos a razão de assim ser.

    Durante quase duas horas de concerto, onde a par de muita musica improvisada, que fez realçar ao publico presente a força e a quimica existente entre estes três grandes musicos, se tocaram clássicos do jazz como "Round Midnight" de Monk, "Footprints" de Wayne Shorter e, num encore bem merecido e largamente pedido, uma versão de "Nows the Time" desse grande e pioneiro improvisador que se chamava Charlie Parker. Apelando a uma alegoria platónica, fácilmente se precebem as "sombras" que lhe moldaram o sopro.

    Como podemos constatar, vários foram os motivos que ajudaram a que o "Jazz ao Centro" pudesse somar mais uma excelente noite de jazz às muitas que tem, desde o início do ano, tido a felicidade de apresentar em Coimbra.

    Mas há mais; Dominic Duval e Jay Rosen mostraram-nos mais uma vez que são uma das mais consistentes secções rítmicas do jazz actual. Estão para o jazz deste início de século como Paul Chambers e Phill Jo Jones ou Jimmy Garrison e Elvin Jones estavam para a década de 60. O modo como reagem um ao outro, como discutem e argumentam, como se afastam e se voltam a juntar é de uma musicalidade desarmante. Até parece simples. O começo de "Footprints" é alucinante, com Duval a tomar as rédeas do ritmo, percutindo a madeira do seu extraordinário contrabaixo de finais do século XVIII, a insinuar um ritmo de calipso a Jay Rosen que, ao entrar em cena, gerou uma teia de ritmos que permitiram a Paul Smoker desenhar as linhas melódicas do tema. Sem duvida um dos grandes momentos da noite. Muito apreciados foram também os solos de Jay Rosen. Nada na sua musica é gratuito e as suas marcações são uma preciosidade para quem com ele toca. 

    Uma unica nota para uma ironia do destino. Foi intenção inicial do "Jazz ao Centro" trazer a Coimbra o Paul Smoker/Vinny Golia Quartet. Não foi possivel na altura agendar o concerto. Não desarmaram os organizadores que em vez de um tiveram dois grandes concertos. Aínda bem!

    João Pedro Viegas


  • Comentario: En la charla durante la comida antes del concierto, Paul Smoker se lamentaba de no poder degustar convenientemente la sabrosa comida portuguesa porque, si comía mucho, le aumentaría el estómago y los pulmones se le achicarían. También dijo que comer de más le quitaba energía y que, antes de un concierto, eso sería un pecado capital.

    Una buena media hora después, en el Centro Norton de Matos, a las primeras notas comprendimos a la perfección el alcance de sus sabias palabras. Porque su discurso musical está, todo él, lleno de energía. Incluso cuando toca pasajes más lentos y líricos, la energía con que sopla cada nota es grande. ¡Y qué bien sopló!

    La música de Paul Smoker no es fácil de definir. Lo que podemos decir es que de su trompeta salieron fragmentos de swing, de bop, de cool y de la más libre e inspirada improvisación. Decir que Paul Smoker es un gran trompetista es la mayor de la redundancias. Es único y especial, dado que domina a la perfección todos los lenguajes del jazz, a los cuales asocia un elemento íntimo y personal. El supremo buen gusto. Incluso en la forma en que escoge las sordinas o las modifica para tal o cual composición. Todo tiene un sentido y nosotros, que asistimos a la actuación, comprendimos fácilmente la razón de todo ello.

    Durante las casi dos horas de concierto, además de mucha música improvisada, que hizo que el público presente sintiese la fuerza y la química entre estos tres grandes músicos, sonaron clásicos del jazz como "Round Midnight" de Monk, "Footprints" de Wayne Shorter y, en un bis bien merecido y largamente pedido, una versión de "Now’s the Time" de ese gran pionero improvisador que se llamaba Charlie Parker. Utilizando una alegoría platónica, se perciben fácilmente las "sombras" que modelaron su soplo.

    Como podemos constatar, fueron varios los motivos que contribuyeron a que "Jazz ao Centro" pudiese añadir una noche más de excelente jazz a las muchas que, desde el inicio del año, ha tenido la alegría de presentar en Coimbra.

    Pero hubo más; Dominic Duval y Jay Rosen nos mostraron de nuevo que son una de las más consistentes secciones rítmicas del jazz actual. Son para el jazz de este comienzo de siglo como Paul Chambers y Philly Joe Jones o Jimmy Garrison y Elvin Jones lo fueron para los años cincuenta y sesenta. La forma en que reaccionan entre sí, cómo discuten y argumentan, cómo se alejan y se vuelven a juntar, es de una musicalidad desarmante. Hasta parece sencillo. El comienzo de "Footprints" fue alucinante, con Duval tomando las riendas del ritmo, percutiendo la madera de su extraordinario contrabajo de finales del siglo XVIII, insinuando un ritmo de calipso a Jay Rosen que, al entrar en escena, generó una trama de ritmos que permitieron a Paul Smoker dibujar las líneas melódicas del tema. Sin duda, fue una de los grandes momentos de la noche. Muy apreciados fueron también los solos de Jay Rosen. Nada en su música es gratuito y las direcciones que marca son una joya para quien toca con él.

    Una única nota para comentar una ironía del destino. La intención inicial de "Jazz ao Centro" era traer a Coimbra al Paul Smoker/Vinny Golia Quartet. No fue posible por problemas de agenda. Pero ello no desanimó a los organizadores que al final tuvieron dos grandes conciertos. ¡Todavía mejor!

    João Pedro Viegas Traducido por Diego Sánchez Cascado