|
|
QUARTETO DE PEDRO MADALENO "Earth Talk" Seixal Jazz
2003 - 7ª edición
- Data: 24 de Outubro de 2003 / 24 de
octubre de 2003
-
Lugar: Auditório Municipal - Fórum Cultural do Seixal. Seixal, Portugal
-
Hora: 21h30
- Audiência: 100 pessoas
- Músicos:
Pedro Madaleno – guitarra eléctrica
Wolfgang Fuhr – saxofone tenor
Nelson Cascais – contrabaixo
Dejan Térzic – bateria
Resenha - Reseña
Portugués: João Pedro Viegas
Español: João Pedro Viegas - traducción:
José Francisco Tapiz - Diego Sánchez Cascado
-
Resenha: Este projecto “Earth Talk”, apresentou em
estreia mundial, no Seixal Jazz 2003 e por encomenda do festival, a obra
“The Sound of Places”, composta por 13 peças. Nem todas foram tocadas
na noite de 24 de Outubro no Seixal. É uma obra é baseada
num poema do próprio Madaleno que reza assim:
...cada lugar tem o seu som
cada som a sua alma
cada alma a sua personalidade
cada personalidade origina um ser
cada ser perde-se em lugares
descobrindo ele próprio
o som desses lugares...
Disse o autor que este conjunto de peças
foram inspiradas, como o nome indica, pelos sítios por onde Madaleno
passou e, que de uma maneira ou de outra, lhe moldaram o ser e a música.
Falou de sítios como Pequim, Colónia, as montanhas do norte
de Espanha, etc.
Feitas as apresentações, vamos
à música. Não se pode dizer que o quarteto de Pedro
Madaleno apresente uma proposta nova, inovadora, com uma linguagem própria
que se distinga claramente das música dos seus professores e inspiradores.
A sua música é datada, soa muito à que musicos com
Pat Metheny e Mike Stern vêm fazendo desde finais da década
de oitenta. Até na escolha do processamento sonoro do som da sua
guitarra, Madaleno soa como eles. Parece-nos que a sua música ganharia
claramente em beleza e simplicidade se o guitarrista tocasse “clean”.
É curioso que, fazendo um exercício de abstracção,
Madaleno a tocar limpo soaria muito mais a um Jim Hall do que propriamente
aos supracitados. O que de resto não admira, uma vez que reclama
para a sua arte a influência do grande guitarrista. Àparte
os seus fantasmas, Madaleno é um bom executante, seguro e concreto
nas suas execuções e as suas composições são
uma espécie de musica de “landscape”. São paisagens sonoras
elaboradas, bonitas, mas para ser um músico com voz própria
tem de arriscar mais, dar a volta aos conceitos já existentes e,
sobretudo, exorcisar os seus inspiradores para criar definitivamente o
seu som. Não lhe faltam capacidades, tem é de tomar consciência
delas e partir sem temores à procura do seu próprio caminho.
Wolfgang Fuhr teve uma prestação
em crescendo. Não sendo um saxofonista genial, teve ao longo do
concerto apontamentos interessantes, reveladores de uma personalidade
musical curiosa, mas necessita também de criar empatias com o grupo.
O facto de esta apresentação ser uma estreia talvez explique
o seu retraimento em situações que pediam mais energia e
risco. Esteve quase sempre alinhado com o lider nos unissonos e, aqui
e ali, revelou alma de solista. O saxofonista de Colónia não
desiludiu e despertou curiosidade para ver como se comporta noutros contextos.
O contrabaixista Nelson Cascais, escalado à
ultima hora para tocar com o quarteto em substituição de
Bernardo Moreira, mostrou ao auditório do Seixal Jazz porque é
considerado uma das maiores promessas do jazz português. Instrumentista
versátil, já visto por nós em diferentes contextos,
não sabe tocar mal. Tem uma qualidade que apreciamos muito. Sabe
ouvir e por isso enquadra-se com facilidade em diferentes cenários
musicais. Mais uma vez não desiludiu e acabou por ser até
uma das estrelas da noite. Seguro e interventivo, conseguiu ser a referência
que esta música concreta pedia. Muito bem.
Dejan Térzic, baterista oriundo de Nuremberga,
foi um acompanhante sóbrio, certinho e acompanhou bem o resto do
grupo. Nem brilhou nem se evidênciou pela negativa. Seguiu a maré
e desaguou com ela.
Resumindo e concluindo, não demos o nosso
tempo por mal empregue, uma vez que ouvimos musica agradável, mas
também não saímos do Seixal com aquela sensação
de ter visto um concerto de referência. Foi bonzinho!
João
Pedro Viegas
-
Comentario:
El grupo “Earth Talk” presentó en estreno
mundial en Seixal Jazz 2003 y por encargo del festival, la obra
“The Sound of Places”, compuesta de trece composiciones.
No todas fueron interpretadas la noche del 24 de octubre en
Seixal. Esta es una obra basada en un poema del propio Pedro
Madaleno que reza así:
...cada lugar tiene su sonido
cada sonido su alma
cada alma su personalidad
cada personalidad origina un ser
cada ser se pierde en lugares
descubriendo él mismo
el sonido de esos lugares...
Dice el autor que este conjunto de piezas ha
sido inspirado, como el nombre indica, por los sitios en los
que Madaleno ha estado y, que de un modo u otro, han modelado
su ser y su música. Habló de sitios como Pekín,
Colonia, las montañas del Norte de España, etc...
Tras las presentaciones, vamos con la música.
No se puede decir que el cuarteto de Pedro Madaleno ofrezca
una propuesta nueva, innovadora, con un lenguaje propio que
se distinga claramente de la música de sus maestros e
inspiradores. Su música tiene fecha, suena mucho a aquella
que músicos como Pat Metheny y Mike Stern hacen desde
finales de la década de los ochenta. Hasta en la elección
del procesamiento sonoro del sonido de su guitarra, Madaleno
suena como ellos. Creemos que su música ganaría
claramente en belleza y simplicidad si el guitarrista tocase
“limpio”. Es curioso que, haciendo un ejercicio
de abstracción, Madaleno tocando limpio sonaría
mucho más a Jim Hall que a los anteriormente citados.
Al que por otro lado admira, ya que reclama para su arte la
influencia del gran guitarrista. Aparte de sus fantasmas, Madaleno
es un buen intérprete, seguro y concreto en sus ejecuciones,
y sus composiciones son una especie de música de “landscape”.
Son paisajes sonoros elaborados, bonitos, pero para ser un músico
con voz propia tiene que aspirar a más, dar la vuelta
a los conceptos ya existentes y, sobre todo, exorcizar a sus
inspiradores para crear definitivamente su propio sonido. No
le faltan capacidades, aunque tiene que tomar conciencia de
ellas y partir sin temores en busca de su propio camino.
Wolfgang Fuhr tuvo una actuación en
crescendo. Sin ser un saxofonista genial, a lo largo del concierto
tuvo apuntes interesantes, reveladores de una personalidad musical
curiosa, pero necesita también crear empatías
con el grupo. El hecho de que en esta actuación fuese
la estrella tal vez explique su retraimiento en situaciones
que pedían más energía y riesgo. Estuvo
casi siempre alineado con el líder en los unísonos
y aquí y allá reveló su alma de solista.
El saxofonista de Colonia no deslució y despertó
curiosidad por ver cómo se comporta en otros contextos.
El contrabajista Nelson Cascais, incorporado
al grupo a última hora para tocar con el cuarteto en
sustitución de Bernardo Moreira, mostró al auditorio
de Seixal Jazz porque está considerado como una de las
mayores promesas del jazz portugués. Instrumentista versátil,
ya visto en diferentes contextos, no toca nada mal. Tiene una
cualidad que apreciamos mucho. Sabe escuchar y por eso encaja
con facilidad en diferentes ambientes musicales. Una vez más
no defraudó y terminó por ser una de las estrellas
de la noche. Seguro y participativo, consiguió ser la
referencia que esta música pedía. Muy bien.
Dejan Térzic, batería oriundo
de Nuremberg, fue un acompañante sobrio, certero y acompañó
bien al resto del grupo. No brilló pero tampoco resaltó
en lo negativo. Se dejó llevar por la corriente.
En resumen y como conclusión, no dimos
nuestro tiempo por mal empleado, ya que escuchamos una música
agradable, aunque tampoco salimos de Seixal con la sensación
de haber visto un concierto de referencia. ¡Fue buenillo!
João Pedro Viegas
Traducido por José Francisco
Tapiz y Diego Sánchez
Cascado
|
|
|